Tive a oportunidade de ver pela primeira vez a Ferrari
Testarossa no Salão de Paris de 1984.
Foi um imenso choque, pois ate hoje este carro paralisa quem o
observa pelas suas proporções e alguns detalhes que o tornaram um dos grande
icones na categoria dos supercars!
As superficies planas e elementos mecanicos/geometricos (uma
novidade nas Ferraris) insinuam 2 racionais: O design foi desenvolvido com um
olho no mercado americano, e a indrodução das tecnologias digitais no processo
de desenvolvimento da forma. (lembrem-se que nem celular, como entendemos hoje,
existia nesta epoca e estavamos gatinhando nas ferramentas de construção
digitais)
O inicio dos anos 80 foi o nascimento do conceito de DESIGN,
palavra que substituiu o termo Styling, onde a fantasia e formas elaboradas deu
lugar a funcionalidade e formas enxutas e simples.
O conceito da forma externa é muito simples, porem funcional e
impressiona: Uma cabine montada sobre uma asa que força o carro para baixo e
grandes entradas de ar nas laterais que tem a importante missão de resfriar o
imenso motor de 12 cilindros (180° - V12).
Observem que graças a forma basica aerodinamicamente muito bem
elaborada, não foi necessario o uso de nenhum aerofolio extra, mesmo sendo um
carro extremamente veloz.
As grandes entradas de ar laterais com suas aletas
direcionadoras se tornaram o elemento mais forte de definição do carro. Elas
eram chamadas nos Estados Unidos de “Cheese Slicer Grilles” (grades fatias de
queijo) e parte delas se abre junto com as portas.
A frente do carro impressiona pelo seu enorme balanço dianteiro.
Farois embutidos escamoteaveis e a grade dianteira que incorpora o pisca e
farois de neblina tem forma simples e todo conjunto é bastante “limpo”.
Percebe-se claramente a intenção do desenho direcionado para os “States” pelos
pequenos side marks (refletores laterais) retangulares exigido pela legislação
americana.
A vista traseira é impressionante pela largura, quase 2 metros e
a grade traseira(!), que alem de saida de ar para refrigeção do motor se sobrepoem
as lanternas retangulares nas extremidades, é tambem uma caracteristica de
Design muito forte do modelo.
Aqui, uma polemica, pois embora como sempre Sergio Pinifarina
assine o carro, ele foi na realidade desenhado por designers do seu time
liderados por Leonardo Fioravante, sobrando para o mestre a importante missão
de reger o grupo com sua visão completa do projeto.
As 4 saidas de escapamento são timidas quando comparadas a
enorme largura do veiculo e a incrivel potência do motor.
O interior, bastante “Rustico”, e quase que “feito a mão”, como
todas Ferraris da epoca, tinha as cores marrom e bege, bastante ousadas (e
chique) para a epoca especialmente em contraste com o Vermelho Cereja do
Exterior.
As rodas originais são impressionantemente pequenas e com design
“flat” sem tridimencionalidade ou profundidade.
Mesmo assim a proporção geral funciona bem. Estas proporções
seriam impensáveis nos dias de hoje (tamanho das rodas X massa do veiculo).
A Testarossa, (cabeça vermelha, graças a cobertura dos cilindros
pintados nesta cor) foi a Ferrari mais vendida de todos os tempos, 7200
unidades.
Mesmo assim é um dos carro mais impressionantes já
produzidos, e mesmo nos dias de hoje, e eu não reclamaria se ter um deles na
minha sala de estar!
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